Radiestesia

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Steve Jobs e a Astrologia.

Você confiaria num empresário desconhecido, com ideias malucas e uma oposição Marte-Netuno no eixo das casas financeiras? A HP também não confiou. E perdeu a chance de desenvolver o projeto do Apple, o computador que mudou para sempre nossa relação com a tecnologia.

Na verdade, o fundador da Apple foi mesmo um pisciano até a raiz dos cabelos: filho adotivo, adolescente cheio de idéias mirabolantes, jovem que não conseguiu terminar a faculdade, "riponga" com inclinações budistas, tudo levava a crer que poderia ser mais um daqueles netunianos desajustados, sempre dependente da família e com a cabeça no mundo da lua.
Falamos em Lua? Pois ei-la na casa 7, em Áries, mesmo signo que abriga também Marte, seu próprio regente. Dois planetas pessoais num signo cheio de iniciativa, e na casa da relação com o público. Jobs tinha a capacidade de entender o que os compradores desejavam (Peixes na cúspide da 7 indicando empatia) e também a disposição para sair na frente dos concorrentes na disputa pela clientela. Áries é um signo de batalhas e conquistas, e Jobs foi um guerreiro que levou seus produtos ao próprio coração do "território inimigo": o lar da classe média conservadora, que jamais pensara antes em adquirir um computador.
Pensando bem, o conceito de PC (personal computer, ou computador doméstico) tem tudo a ver com Urano em Câncer. A geração nascida sob esta combinação, do final dos anos 40 a 1955, foi a primeira a sonhar em trazer a tecnologia avançada (Urano) para dentro de casa (Câncer). Na segunda metade dos anos 70, quando a popularização da informática começava a tornar-se realidade, essa geração com Urano em Câncer tinha pouco mais de vinte anos, e seus representantes mais geniais inventavam produtos revolucionários em oficinas de fundo de quintal. Quando a geração de Urano em Leão entrou em cena, já encontrou o cenário todo pronto para o grande salto rumo ao sucesso. Bill Gates, com Urano no início de Leão, é um exemplo clássico de empresário que deu certo com base no "jeito Urano-em-Câncer de fazer negócios".
Ocorre que, relendo a biografia do fundador da Apple, descobrimos que Steve Jobs era exatamente isso: um visionário que sonhava alto e tinha projetos que, a princípio, despertaram apenas ceticismo em quem teve a oportunidade de conhecê-los. Que o diga a poderosa HP, empresa onde o sócio de Jobs, Steve Woniak, trabalhava como funcionário. Jobs e Wozniak mostraram seus planos à HP, que recusou de imediato o projeto de um micrinho pessoal chamado Apple I. Essa decisão liberou os dois jovens para criar uma fabriqueta de fundo de quintal, cujos primeiros produtos foram vendidos para os vizinhos. O resto da história todos conhecem... e a HP detesta ouvi-la.
Todo aspecto astrológico é uma faca de dois gumes, e pode manifestar-se numa grande variedade de formas. A Apple era mesmo um negócio de alto risco e mais de uma vez esteve à beira da falência. Mas Jobs usou muito bem sua incrível capacidade de disfarçar o vendedor combativo sob a aparência de filósofo precursor de uma tecnologia mais humanizada. A partir daí, a oposição de Vênus a Júpiter-Urano, em vez de funcionar como indicador de desperdício e consumo compulsivo, passou a funcionar como indicador de... desperdício e consumo compulsivo DOS OUTROS! Jobs, como poucos empresários, soube explorar a irresistível tendência humana para a compra por impulso. Todos os produtos da Apple jogam com o desejo (Vênus) da aquisição instantânea (Urano), com base num processo de sedução (Netuno) agressivo e fulminante (Marte em Áries). E, com Júpiter ativando toda a configuração, é claro que Jobs fez tudo isso numa escala gigantesca.
Netuno (a fantasia) em trígono com o Sol e numa casa de ingressos financeiros também fala de outra área em que Jobs revelou-se genial: durante alguns anos, ele perdeu o controle da Apple e foi obrigado a afastar-se da empresa. Comprou então do cineasta George Lucas uma empresa de animação gráfica aparentemente sem muito futuro. Essa empresa, rebatizada como Pixar e comandada pela competência de Jobs, logo tornou-se fornecedora de serviços para a Disney, revolucionando a indústria do desenho animado. No filme Toy Story I, de 1995, Steve Jobs aparece nos créditos como um dos produtores executivos. Ele acabou vendendo a Pixar em troca de uma polpuda participação na Disney, tornando-se assim também um empresário na área do entretenimento infantil.
O Ascendente Virgem parece estar presente no escrúpulo com que Steve Jobs tentava conduzir as relações com os usuários de seus Macs, iPhones e iPads. A Apple foi uma das primeiras empresas a perceber que controle de qualidade do produto final e honestidade no trato com o comprador eram fatores de lucratividade. Sob este aspecto, construiu uma reputação anos-luz à frente de sua principal concorrente, a Microsoft (vista como uma empresa antiética e gananciosa). A aparência de Jobs, um workaholic sempre vestido com discretos trajes escuros, também ressalta o fator virginiano e contribui para criar a imagem de um sujeito genial, mas em quem se pode confiar. A morte decorrente de uma degeneração no sistema digestivo (câncer no pâncreas) também faz pensar em Virgem, pois relaciona-se a processos regidos por este signo.
Desnecessário lembrar quanto Steve Jobs contribuiu para moldar o ambiente tecnológico em que vivemos hoje. Sua influência sobre o estilo de vida da moderna sociedade de consumo ainda não pode ser totalmente avaliada. E tudo isso com uma Grande Quadratura envolvendo metade da carta, como se para lembrar que não existem configurações astrológicas negativas: sucesso ou fracasso dependem apenas de como aproveitamos o potencial que o céu nos indica.
* Texto original de Fernando Fernandes (editor de Constelar e diretor da Escola Astroletiva.)

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